Que seca de miúda!

Inspirada pelo “Caderneta de Cromos” de quinta-feira, tentei recordar as patifarias que cometia na minha infância e juventude.

No meu bairro, nessa altura, eu era a mais nova das poucas raparigas que lá moravam. Inspiradas pelos rapazes – e muitas vezes em conjunto com eles – lá íamos nós tocar às campainhas dos vizinhos, para depois fugir e rirmo-nos que nem uns perdidos.

Quando entrei para a Primária herdei do meu irmão D.. o mini-quadro de ardósia com que ele praticava – e brincava – o que aprendia na mesma altura escolar. Lembro-me da dificuldade que tínhamos em arranjar giz – que na altura, não sei porquê, era muito cara e não havia assim à venda em todo lado. Quando eu entrei para o 1º ano, o D. entrou para o 5º e todos os dias me trazia bolsos cheios de giz, de todas as cores. Eu ficava admiradíssima como ele conseguia essa proeza – já a nossa mãe ficava desesperada com a quantidade de pó de giz que a roupa do D. tinha. Foi assim até que entrei também eu para o 5º ano e percebi a facilidade com que o D. arranjava giz. Para além de ser mais que fácil tirá-los do quadro, as secretárias das contínuas – hoje auxiliares de educação – eram minas de giz.

Perdida a tara pelo giz, resolvi tentar perceber como é que os toalhetes de secar as mãos iam parar ao tecto das casas-de-banho daquela escola. E com 10 anos lá me dediquei ao enfeite de tectos de casa-de-banho com toalhetes empapados em água. Brutal! Isso e, claro, as dedicatórias, juras de amor e amizade eternas – e algumas vingançazitas – nas portas das mesmas casas-de-banho.

Nunca fui uma jovem rebelde, malcomportada, que desse problemas. Recados para os pais só por falta de TPC’s feitos.

Que miúda secante! – como diria a T.

PS: devido a problemas técnicos não consegui postar este texto no dia correcto. Mas fica a intenção!

| Emma Watson |