Respira, Kat... Respira!

A minha mãe tem uma prima que bate todos os recordes da pessoa que mais me tira do sério! Mas é que tira mesmo! 

Como já tinha dito por aqui, a minha mãe partiu uma perna e por isso passo os dias em casa dela para ajudá-la! 

Voltando à prima – salve seja. A senhora pensa que por ter uma certa idade tem um certo estatuo de imbatível, incontestável, sábia-mor, gostos supremos... Uma miscelânea de coisas que a senhora pensa que é! Mas que na verdade não é! E porquê?! Porque a senhora não sabe respeitar a casa, a vida e os gostos dos outros. E isso tira-me do sério.

Esta manhã ela veio visitar a minha mãe. O role de defeitos começou à porta de casa e só parou, de novo, à porta de casa. O tapete escorrega e não é bom, o programa que a minha mãe vê não é interessante – o que ela vê é que é bom – a roupa da minha irmã, que eu estava a passar – não é própria da idade dela, os livros do meu irmão deviam estar no quarto dele e não na prateleira da sala, a médica dela é óptima – a nossa é uma nódoa – a filha dela vai casar para o ano e eu devia ter casado também – em vez de estar “só” a viver junto!

E pronto, aqui estalou o verniz. A Katchupzinha não é de se calar – quanto chega a mostarda ao nariz, fujam! E respondi:

Casar para quê?! A prima já vai no segundo divórcio. A J. – filha mais velha da senhora – casou e separou-se cinco meses depois! Não é um papel que valida ou fortalece o amor!

Inventei uma arrumação no quarto da T. e saí dali que já não podia ouvir a senhora!... Graças a deus já se foi embora!... Eu sei que família é família, e eu fui muito bem educada pelos meus pais. Mas há limites.

| Adriana Lima |